Hoje vamos contar a história de sucesso de uma das maiores empresas de ônibus da América Latina: a Viação Itapemirim. Vamos juntos!
Um Ford Hércules comprado em 1946 foi o início da vida empresarial de Camilo Cola. Ele havia voltado ao Brasil no ano anterior, depois de ter participado da Segunda Guerra Mundial, lutando na Itália como integrante da Força Expedicionária Brasileira. A compra do caminhão foi facilitada pelo Governo Federal, que decidiu premiar os expracinhas que tinham participado da guerra, dando a eles prioridade na aquisição desse tipo de veículo. Camilo Cola aproveitou a chance e começou a transportar cargas e passageiros. Ao mesmo tempo, procurou outros expracinhas e os estimulou a comprar e colocar à venda, por seu intermédio, os caminhões a que tinham direito. Conseguiu ganhar mais um bom dinheiro com essas operações.
Em fins de 1948, usou o lucro obtido para associarse a um comerciante local na criação da Empresa de Transporte Autos ETA. A empresa possuía apenas um ônibus e se dedicou ao transporte de passageiros entre Castelo e Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo.
O ônibus solitário foi multiplicado por três e, em 1950, a frota já era de 10 veículos. No ano seguinte, a ETA partia para a fusão com outras duas empresas de ônibus, surgindo então, em 4 de julho de 1953, a Viação Itapemirim LTDA; com uma frota de 16 ônibus. A manutenção e os reparos eram feitos exclusivamente na oficina mecânica da empresa, que funcionava em um barracão alugado.
Para garantir a expansão dos negócios, as linhas da empresa foram estendidas para todo o norte do Espírito Santo. Foi com essa disposição que a empresa conquistou suas primeiras linhas interestaduais. O desenho da Viação Itapemirim como empresa de envergadura nacional começou a ser traçado principalmente na década de 1960, quando, por meio de aquisições e licitações, obteve a titularidade de linhas importantes como Brasília – Belo Horizonte e Belo Horizonte – Vitória (ES). Em 1963, a frota já chegava a 100 veículos; nessa época, a maioria das estradas ainda eram de terra e não havia condições adequadas para operar linhas de longa distância.
Em 1973, depois de negociações que duraram mais de seis meses, a Itapemirim incorporou uma das maiores empresas de ônibus do Brasil, a Nossa Senhora da Penha. Em menos de um ano, a frota aumentou para cerca de 500 ônibus e as operações foram estendidas para quase toda a região Sul.
Em 1980, foi adquirida a Única, empresa que operava a linha Rio de Janeiro – São Paulo. Nesse momento, a Itapemirim, tornou-se a maior empresa de transporte rodoviário de passageiros da América Latina, além de uma das maiores do mundo.
A partir de 1960, sempre por inspiração de Camilo Cola, a empresa deu início a uma política de valorização crescente aos chamados itens de conforto. Criou, por exemplo, o ônibus Rodonave, de tipo leito, equipado com arcondicionado e sanitário químico.
Um dos grandes marcos da história da empresa aconteceu em 1981. Praticando a política de produzir suas próprias carroçarias em Cachoeiro do Itapemirim (ES), sob a marca Tecnobus, a companhia criou um produto absolutamente diferenciado, o Superbus. O veículo representou a consolidação de todo knowhow acumulado durante muito tempo. Mais do que isso, abriu caminho para o lançamento, no ano seguinte, do modelo Tribus, que possui três eixos e incorpora as mais recentes conquistas da engenharia automobilística.
Atuante nas ações sociais, e contando até mesmo com fãclube próprio a viação Itapemirim continua como uma das maiores e mais conhecidas empresas de transporte rodoviário de passageiros do Brasil.