“Não tente brigar com o sono, você vai perder”, aconselha ao motorista o inspetor Aristides Júnior, da Polícia Rodoviária Federal de Minas Gerais. O problema do sono ao volante é tão sério que pesquisadores do Centro de Estudo Multidisciplinar em Sonolência, da Universidade Federal de Minas Gerais, dedicam-se ao seu estudo há mais de uma década. Eles desenvolveram um equipamento que mede o nível de sonolência do condutor e mostra se ele está ou não apto a assumir o volante.
A Polícia Rodoviária Federal de Minas Gerais está testando um novo equipamento nas suas ações de fiscalização. Apelidado de “sonômetro”, o aparelho busca identificar o nível de sonolência do condutor e indica se ele está apto a dirigir. O dispositivo foi desenvolvido pelo Centro de Estudo Multidisciplinar em Sonolência e Acidentes, da Universidade Federal de Minas Gerais. A primeira experiência com o aparelho ocorreu em abril, na véspera do feriado de Páscoa, na rodovia Fernão Dias, que liga Belo Horizonte a São Paulo.
O aparelho é parecido com uma balança. Quando o motorista sobe na plataforma, seus movimentos e equilíbrio são registrados. As informações são enviadas a um computador e, a partir de determinados parâmetros, um software determina o nível de fadiga do condutor. O chefe da Assessoria de Comunicação da PRF em Minas Gerais, inspetor Aristides Júnior, considera que, quando for aperfeiçoada, a tecnologia poderá ser uma importante aliada para evitar acidentes causados pelo cansaço excessivo de quem está na condução dos veículos.
A Medicina do Sono e as empresas associadas à ABRATI
O problema da sonolência ao volante e dos chamados distúrbios do sono motiva as empresas de transporte rodoviário de passageiros associadas à ABRATI a colocar em prática políticas bastante rigorosas, no âmbito de cada operadora, para essa questão.
Um dos melhores exemplos dessas políticas é o revolucionário programa de monitoramento da qualidade do sono dos motoristas mantido há vários anos pela Viação Águia Branca. Com o Programa Medicina do Sono, que inclui exames de polissonografia para detectar eventuais distúrbios do sono nos motoristas, os motoristas da companhia, e também os motoristas da Viação Salutaris, empresa do mesmo grupo, passaram a desfrutar de um descanso reparador. E, em consequência, a ter maior disposição para o trabalho. A segurança das viagens aumentou, e os resultados foram tão bons que, hoje, os procedimentos admissionais incluem a polissonografia.
Para implementar as práticas e providências que asseguram a saúde do sono de cada um dos seus profissionais motoristas, as duas empresas fazem avaliações rotineiras e utilizam estruturas de apoio, como, por exemplo, salas de estimulação do alerta instaladas em determinados pontos de parada ao longo de suas linhas nos estados do Espírito Santo, Bahia e Rio de Janeiro. Nesses pontos, quando dirigindo em viagens noturnas, o motorista permanece por 20 minutos na sala de estimulação do alerta, faz exercícios de alongamento, pedala em bicicleta ergométrica e consome alimentação leve. As atividades elevam a temperatura corporal e bloqueiam a produção do hormônio melatonina responsável pela sonolência. Depois disso, o motorista retoma o volante.”
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