Até cinco anos atrás, Paulo Bellini esteve no comando dos negócios de sua empresa. Em seguida, tornou-se Presidente Emérito da Marcopolo e, nessa condição, continuou marcando presença quase diária na empresa, em Caxias do Sul.
Em 2012, Paulo Bellini contou sua trajetória no livro “Marcopolo, sua viagem começa aqui”, escrito a partir de sua experiência de 68 anos na empresa e das lembranças de muitos de seus colaboradores.
Nos últimos 68 anos, a vida de Paulo Bellini e a trajetória da Marcopolo estiveram indissoluvelmente ligadas. Bellini tinha 22 anos de idade quando, no distante ano de 1950, juntou-se aos irmãos Nicola (Dorval, Doraci e Nelson) para, sob a razão social de Nicola & Cia.Ltda., iniciarem em Caxias do Sul um negócio de produção de carroçarias de ônibus. Constituída no ano anterior, a empresa se dedicara inicialmente à pintura de cabines de caminhões.
Em 1952, já como fabricante de carroçarias de madeira, ela apresentou sua primeira carroçaria com estrutura em aço. Até hoje, a Marcopolo mantém, exposto em sua fábrica Ana Rech, na cidade gaúcha, um ônibus metálico montado em 1967 pela Nicola & Cia. Já então o negócio, inicialmente familiar, havia começado a praticar um bem-sucedido modelo de profissionalização, em que a experiência dos empresários pioneiros se somou ao fluxo incessante de ideias inovadoras dos executivos e colaboradores, e à força das tecnologias de ponta.
A razão social Marcopolo foi adotada em 1971, em função da grande receptividade alcançada junto ao setor de transporte rodoviário de passageiros por um novo modelo de ônibus lançado dois anos antes pela Nicola & Cia., batizado de Marcopolo. Coincidindo com a retirada dos irmãos Nicola do negócio, Paulo Bellini e os sócios remanescentes decidiram mudar o nome da empresa para Marcopolo. Foi esse um dos momentos de maior inspiração de Paulo Bellini.
O modelo exclusivamente de gestão familiar foi mantido até 1980, ano em que o desenvolvimento e as exigências do crescimento tornaram imperiosa a adoção de um conjunto de métodos administrativos inspirados nos modelos japoneses e adaptados à realidade brasileira. E assim a empresa assumiu um bem-sucedido modelo de profissionalização que possibilitou potencializar a experiência dos empresários pioneiros e o permanente engajamento dos colaboradores. Bellini foi o responsável por esse processo e seu principal condutor, levando a companhia a se transformar em uma multinacional, hoje com fábricas na África do Sul, Argentina, China, Colômbia, Egito, México, Portugal, Rússia e Índia. No Brasil, são duas fábricas em Caxias do Sul e uma na cidade do Rio de Janeiro.
Hoje, a empresa figura entre as maiores do mundo em produção de ônibus; há vários anos ocupa a liderança do mercado interno e da América Latina, além de manter marcante presença em mais de 100 países. Duas outras indústrias brasileiras de ônibus, a Neobus e a Volare, são suas controladas.”
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