20 de abril de 2016 abrati

Relato: Natália Becattini

Em 2010, a Natália fez seu primeiro mochilão. Pelo relato abaixo, foi uma experiência maravilhosa e ela pôde aprender muita coisa sobre viagens!

Uma das dificuldades na época era saber qual empresa de ônibus fazia tal trajeto. A compra antecipada da passagem… nem pensar.

Felizmente, hoje está muito mais fácil programar uma viagem com vários itinerários. Os sites de venda de passagem e os sites das empresas dão uma grande força e, o melhor de tudo, é que você pode comprar as passagens no cartão e deixar o dinheiro para os imprevistos no caminho.

Vamos embarcar com a Natália do site 360meridianos e aprender com ela?

“A primeira vez que eu coloquei a mochila nas costas e saí para explorar esse mundão sem porteira foi nos primeiros dias de 2010. Eu tinha acabado de fazer 22 anos e nunca tinha viajado muito. Conhecia algumas praias aqui, algumas cachoeiras lá, a maior parte delas em viagens com amigos onde o destino importa muito menos que a farra.

Na época, minha única fonte de renda era uma bolsa que eu recebia por um estágio que eu detestava. Acrescento a informação de que eu era estudante de jornalismo e você logo vai deduzir que o valor da bolsa era ridículo, mas eu juntei dinheiro o semestre inteiro porque queria conhecer a América do Sul. Pesquisei o itinerário, fiz todos os cálculos dos gastos, descobri transportes, albergues e lugares onde eu gostaria de ir nos quatro países por onde eu iria passar. Até planilha no Google Docs eu tinha.

Nossa galera em Guarapari

Nossa galera em Guarapari

Mas, no meio da empolgação, descobri que a viagem que eu planejava não cabia no meu salário de estagiária. Meio que de última hora, eu me contentei em passar o Ano-Novo com amigos em uma casa de praia em Guarapari (ES) e depois subir pelo litoral até Salvador, onde minha mãe morava na época.

Foi um mochilão modesto. Passamos por GuarapariConceição da BarraItaúnasPorto SeguroArraial D’AjudaTrancosoItacaré e Salvador. A maior parte do tempo ficamos na primeira e na última cidade. Mesmo assim, descobri que o Brasil tem paisagens maravilhosas e fiquei frustrada porque minha câmara não conseguia captar toda a beleza de alguns lugares.

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Praia Areia Preta em Guarapari

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Pelourinho em Salvador

Nosso nível de planejamento era tão nulo que a gente sequer sabia se realmente havia linhas de ônibus que ligavam o lugar onde estávamos ao que pretendíamos ir. Tinhamos um budget, mas não tinhamos hotel. Isso rendeu a descoberta da melhor pousada da minha vida, em Arraial, e duas noites dormindo sobre nada além da lona da barraca e um cobertor,em Trancoso. Arriscadodemais para uma alta temporada, muitos diriam. Mas, no final, tudo saiu conforme o (não) planejado.

Essa foi a primeira vez que eu senti como é o ritmo de dormir e acordar cada dia em um lugar diferente. Também foi quando eu entendi que viajar não precisa ser tão caro e quando eu tomei o primeiro choque cultural da minha vida, mesmo que dentro do meu próprio país. Porque, sim, culturas mudam ao cruzar a tênue divisa que separa um estado do outro.

Praia-do-Rio-Vermelho-divisa-do-ES-com-a-BA

Dizer que a viagem rendeu memórias incríveis, belas fotos e um ótimo bronzeado é desnecessário. Mais do que isso, essa aventura me tornou uma pessoa um pouquinho diferente da que eu era. Passei a enxergar o Brasil de outra forma e descobri que 45 dias de pura praia podem enjoar até a mais ávida das mineiras. Mas o importante é que eu nunca mais consegui evitar de colocar os pés no mundo outra vez. Essa foi a viagem que fez com que eu me tornasse uma viajante incurável.”

Fonte: http://www.360meridianos.com/ – Leia mais em: http://goo.gl/tC7avV

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