Os ônibus costumam fazer parte das fantasias futuristas de cientistas, pesquisadores e aficcionados. Pensando nisso, o jornal canadense Globe & Mail pediu ao designer Charles Bombardier que reinventasse os ônibus para uma das cidades mais movimentadas do Canadá.
O resultado é o Xoupir (pronuncia-se “zupir”), com motores elétricos, quatro rodas traseiras e duas dianteiras; o ônibus recarregaria as baterias através de uma rede sem fio e por bobinas de indução escondidas sob o asfalto – ligadas apenas quando o veículo passasse sobre elas. Painéis solares instalados no teto forneceriam energia para um wi-fi ultrarrápido para os passageiros e qualquer outra pessoa localizada a um raio de 1,5 quilômetros.
As janelas modificariam sua transparência de acordo com o clima, enquanto o corpo do ônibus – forrado com diodos orgânicos emissores de luz – exibiriam uma série de anúncios para os pedestres e motoristas ao redor. A passagem seria paga com um aplicativo de smartphone ou um leitor biométrico.
Mas talvez o fato mais interessante a respeito do Xoupir é que ele é inteiramente baseado em tecnologias já existentes. É verdade que a indução não é o método de recarga elétrica mais eficiente e ainda não existem ruas largas o suficiente para permitir a instalação de bobinas sob sua superfície.
Porém, uma autoridade municipal poderia – um dia – abrir corredores e faixas exclusivas com esse tipo de pavimentação. E a possibilidade de oferecer wi-fi e anúncios poderia gerar parte do financiamento necessário.
Não sabemos se o transporte público do futuro se parecerá com o Xoupir, em termos de design, mas certamente terá muitos de seus componentes.
Charles Bombardier trabalha para uma empresa canadense responsável pela fabricação de aviões, trens e outros veículos. Ele é também um designer influente e um investidor conhecido.